Não sei como começar. Meu coração diz coisas que as palavras
não são capazes de pronunciar. Meus medos compreendem o silêncio impreciso do
meu coração. Não sei onde isso vai parar. Parece que essa palpitação é loucura.
Espere! Este estado de loucura tomou conta do meu ser. Estou louca! Uma loucura aguda. Ouvi dizer que chamam isso
de paixão. Ah, doce paixão. Eis teu nome a palavra mais pronunciada pelo meu
coração. Eis tua voz a sussurrar-me excitante canção. E quando fecho os olhos,
mergulho fundo nos prazeres dessa emoção.
Teu corpo a enroscar-se no meu, teus lábios beijando-me por
todas as partes do meu corpo. Tuas mãos... e carícias... e delírios... e
prazer. Quero você por completo. Quero cada centímetro de ti. Quero deleitar-me
neste sexo e esquecer o mundo lá fora. Se mil anos eu vivesse, mil anos viveria
desse teu amor. E cada gota de suor valeria a pena. Ah, suor... o calor da
paixão. Nunca pensei ser assim tão quente. Seja numa noite de verão, ou no mais
frio entardecer do inverno. E mesmo a primavera, com toda a sua beleza em
cores, as flores, sentiria inveja desse nosso bel prazer. E enquanto as folhas
caíssem empalidecendo o outono, nossas chamas permaneceriam acessas até o fim.
E que fim seria esse, se nossa vontade é insaciável, se nosso prazer não possui
data de validade?
As curvas do teu corpo, já sei de cor. As pintas que te
marcam, conheço todas. Percorro cada região do mapa do teu corpo. Meu parque de
diversões. Minha, somente minha fonte de prazer. E retribuo com o mesmo afinco.
Com o mesmo gosto, com o mesmo dom. E retribuo mais e mais. E quanto mais
retribuo, mais inspirados voltamos. E começamos tudo de novo. E dessa vez são
minhas mãos, minhas carícias em ti, delírios e prazer. Muito prazer. Todo
prazer.
Em nosso clímax, delírio, loucura, sussurros, chamas,
prazer... já não sabia meu nome. Já não sabia quem era eu. Mas ali queria
contigo ficar. E queria mais. E mais. E muito mais. Meu erro foi não olhar nos
teus olhos. Meu erro foi cair em delírios e esquecer-me de tudo. O erro foi
meu. Em nosso clímax... o nome de outro eu pronunciei.