O tempo parece não querer passar. E esta costuma ser minha aula preferida. À frente a professora explica os conceitos de arte. Ao meu lado a amiga bate insistentemente o pé no chão, com o salto da botina de couro. Outro colega folheia rapidamente seu caderno. Alguém brinca com a caneta. Barulho irritante. Um celular toca. Droga, não é o meu! Normalmente, nessa situação, estaria em um momento ‘MSN de papel’, jorrando veneno e dividindo comentários com minha amiga, sobre esses cretinos colegas aos quais admiro cada dia mais. Contradição real. Mas hoje não. Sem veneno, sem comentários. Não quero aula, nem arte.
Essa orquestra de tiques nervoso individuais me irrita. Não consigo me concentrar.só penso na mensagem, que nunca chega. Um celular toca. Desperta os dorminhocos, irrita a professora, me enche de esperança. Música errada, não é o meu. Até que ponto é verdade? Quando é somente fantasia? CONFUSÃO: palavra-chave para mim, para você, para... todos nós!
Pausa. Momento de dedicar alguns minutos de concentração na aula. Barroco, naturalismo, forma, conteúdo, experiências, sensações... viajando nesse contexto histórico. Estou ao lado de Napoleão Bonaparte. Meu cavalo é preto, feroz. Contrasta com o cavalo branco de Napoleão. Cavalgamos até encontrar Pedro Américo. Paramos no Parque da Independência e do outro lado estava o Príncipe Regente.
ARTE MODERNA. Droga, a professora quebrou o clima. Precisava viajar tanto assim no tempo? Subjetividades, indagações, curiosidades. Volto a viajar. Dessa vez para a Europa e seus ismos. Um pouco de história. O surgimento da fotografia. Representação da realidade. Mas que realidade é esta? A mensagem não veio. Confusão. Ansiedade. Continuarei à espera!