Sorria. Abriu a janela do ônibus com o cuidado de não criar suspense ao próprio coração: avistou as tão belas e distantes mon...

Meu interior

Por | 22:36


         Sorria. Abriu a janela do ônibus com o cuidado de não criar suspense ao próprio coração: avistou as tão belas e distantes montanhas que tantas vezes desenhava em seu caderno da infância;
         Observou o velho jardineiro, ao pé da casinha de madeira, cultivando as lindas rosas e petúnias que encantavam o caminha da antiga estrada de terra;
Sentiu o puro ar de vida no campo, que tantas vezes desejou enquanto respirava a poluição da cidade grande;
         Ouviu o canto dos pássaros no alto das arvores, ou voando em contraste com o perfeito céu azul, numa sintonia impecável e emocionante, bem distante da cinza vista da metrópole;
         Fechou os olhos e se viu, aos 18 anos, abandonando o paraíso que julgou ser inferno, prometendo a si mesmo nunca mais voltar.
         Havia encontrado o caminho de volta para casa, para seu eterno lar, onde tantos, com a saudade acompanhada da esperança de tê-la de volta como parte do interior, a aguardavam.
         As lágrimas brotaram em seus olhos, se transformando em arco-íris e provando que, quem parte, sempre volta para seu interior.
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