Sorria. Abriu a janela do ônibus
com o cuidado de não criar suspense ao próprio coração: avistou as tão belas e
distantes montanhas que tantas vezes desenhava em seu caderno da infância;
Observou o velho jardineiro,
ao pé da casinha de madeira, cultivando as lindas rosas e petúnias que
encantavam o caminha da antiga estrada de terra;
Sentiu o puro ar de vida no
campo, que tantas vezes desejou enquanto respirava a poluição da cidade grande;
Ouviu o canto dos pássaros
no alto das arvores, ou voando em contraste com o perfeito céu azul, numa
sintonia impecável e emocionante, bem distante da cinza vista da metrópole;
Fechou os olhos e se viu,
aos 18 anos, abandonando o paraíso que julgou ser inferno, prometendo a si mesmo
nunca mais voltar.
Havia encontrado o caminho
de volta para casa, para seu eterno lar, onde tantos, com a saudade acompanhada
da esperança de tê-la de volta como parte do interior, a aguardavam.
As lágrimas brotaram em seus
olhos, se transformando em arco-íris e provando que, quem parte, sempre volta
para seu interior.