Imagem: WeHeartIt.com Doze meses se passaram desde aquela última vez. Neste mesmo horário eu desembarcava na rodoviária, deixando para ...

Passado em silêncio

Por | 22:43
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Doze meses se passaram desde aquela última vez. Neste mesmo horário eu desembarcava na rodoviária, deixando para trás uma vida de alegrias e também de tristezas, mas as MINHAS alegrias e as MINHAS tristezas.

Um pedaço enorme de mim não havia entrado naquele mesmo ônibus que eu e, ao fim da viagem, caminhei cabisbaixa da rodoviária até minha casa. Duas longas horas estendidas por paradas entre um sorvete na praça e o banco à beira-mar.

Não queria entrar em casa, pois colocar as malas no chão do meu antigo quarto, que novamente seria meu, era como assinar o contrato do adeus definitivo. E isso era tudo do qual eu fugia há meses. Foi inevitável.

Ela me olhava e enxergava em meus olhos a dor. Não me perguntou o que havia acontecido. Não me perguntou se eu estava bem ou se precisava de algo. Apenas sentou ali ao meu lado, a noite inteira, e ouviu-me chorar, como há muito não chorava.

Ainda há algumas lágrimas, em certas noites, em silêncio...
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