Imagem: sonhosdemeninamulher.spaceblog.com.br  O tempo veio me trazer à consciência o que eu tentei esconder de meus olhos, a tal janel...

Na contramão

Por | 19:34
Imagem: sonhosdemeninamulher.spaceblog.com.br 
O tempo veio me trazer à consciência o que eu tentei esconder de meus olhos, a tal janela da alma: um amor infindo que se camufla num carinho apenas. O tempo veio presentear-me com a certeza que nunca procurei, mas sempre insistiu em fazer-se presente. O tempo mostrou-me que de tal forma se faz o amor, se faz a dor. O tempo arrancou-me a esperança d’um sonhar.

Cá transcrevo eu em silêncio esse amargo que carrego no peito, esse que me manda afastar-me de ti.

Gosto de ti. Amo-te, pra dizer a verdade. E esse amor que devo abdicar para fazer-me correta diante dos tantos erros que o próprio tempo transcreve é o que me grita em sussurros para não abandoná-lo, mas eis que é tarde. Mesmo contrariando meu inquieto coração, quero que preste bastante atenção: estou na contramão. Adeus.

Digo hoje aquele adeus que não tive coragem de dizer antes. Não é por mim que promovo tal despedida, nem por uma novata paixão. Faço-te ouvir minhas palavras de romance por ti pela última vez pois, temo entrar aqui em clichê, é o melhor para você. E, de certa forma, é o melhor para mim, também, mesmo com a dor iminente que já começa a pipocar-me à pele. É o melhor para nós dois, para todos nós.

Escute esse adeus, mas sem deixar que essa voz rouca e pesada abafe aquele 'eu te amo', que uma vez soltei entre soluços. Escute esse adeus com a certeza de que em meu coração sempre habitará o teu, majestoso apenas pela simples forma de existência. Escute esse adeus e me faça, quem sabe, querer voltar atrás de cada palavra que aqui lhe deixo. Ou apenas escute e siga em frente.

Enquanto isso, ando pela contramão.



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