Imagem: Sweet Daydreamer |
Parece que você encontrou 'o amor da sua vida'. Não é nada do que você sempre sonhou, mas tudo o que você precisa e gosta. Ou pelo menos aprendeu a gostar. Até os defeitos são belos, pois são únicos e verdadeiros e você os admira. E assim como você aprende, também ensina. E vocês se completam. Podem passar o dia todo juntos, mas chega em casa e recebe a mensagem dizendo 'já estou com saudade'... e então as borboletas em seu estômago se desdobram em revoadas: aquela sensação impossível de explicar e maravilhosa de sentir, que te dá asas ao infinito e te leva a uma viagem cósmica. Você está vivendo uma paixão.
E esta paixão é correspondida.
E então vocês começam um relacionamento longe da perfeição, mas o mais próximo possível da pureza dos sentimentos: tudo é sincero e verdadeiro. E quanto mais conhece o outro, mais tem a certeza de que se tem tudo. Você respeita e tem o respeito. Você ama e tem o amor.
Longe da perfeição, torno a dizer. Algo começa a dar errado e as frases clichês surgem: ‘não dá mais para continuar’, ‘não é você, sou eu’ ou ‘é o melhor para nós dois’. E tudo acaba.
Aquelas borboletas em seu estômago, que já estavam adormecidas com o tempo, dão lugar a enxurradas de complicações: há um embrulho ali, uma metamorfose invertida. O maravilhoso se transforma em estranho. Nasce um vazio em seu peito e uma dor que você acredita ser insuportável. E é. Parece ser, mas acredite: você está longe de ser a única pessoa no mundo a senti-la. E esta não será a única vez que borboletas alvoroçadas ou embrulhos remexerão seu estômago, mas viverá todas como se fossem únicas, porque não há nada mais gostoso do que viver uma paixão.
*Escrito em dezembro de 2012