A moça da internet
O que você acha sobre tudo isso? Provavelmente já leu, nesse mesmo blog, sobre outros romances que eu tive. Se me conhece há mais tempo, certamente já leu também outros tantos, em outros blogs meus. Provavelmente você deve estar pensando: “Essa garota não para quieta, né?”. Sim, eu tive vários relacionamentos, mas poucos sérios. Tive, também, aquelas aventuras passageiras, aqueles flertes constantes e até mesmo aquelas pegadas em baladas. Tive até um romance pela internet! O texto dessa semana vai contar a história desse último: o amor virtual.
“Eu tenho uma amiga que também escreve em um blog e já publicou textos em um livro. Você vai gostar de conhecê-la”, dizia minha amiga que, a cada dia, apresentava uma nova propaganda da garota: “Você realmente iria gostar de conhecer a minha amiga. Ela gosta das mesmas bandas que você”, ou então “Ah, a minha amiga também adorou esse filme e tenho certeza de que vocês se dariam bem conversando sobre isso”. Acabei cedendo às propagandas e pedi o MSN da amiga da minha amiga. “Ouvi falar muito bem de você”, eu disse, após adicioná-la em minha rede social e nos apresentarmos ‘formalmente’.
Já faz algum tempo, então não me lembro, ao certo, sobre o que conversamos, mas lembro-me de que foi uma tarde prazerosamente encantadora. Minha amiga tinha razão: eu realmente gostei de ‘conhecê-la’. E então veio a pergunta: “Onde você mora?” - antes de escrever a resposta aqui, deixe-me contar uma curiosidade sobre minha vida: quando eu era criança, fiz uma viagem inesquecível, de carro, até o nordeste brasileiro. Passei por cidades maravilhosas e adorei conhecer cada diferente cantinho do Brasil, mas a cidade que mais ficou marcada para mim, e eis essa uma longa história que não cabe contá-la aqui, foi Vitória da Conquista, na Bahia. Cresci com um carinho enorme pela cidade e o desejo de, um dia, poder revê-la – “Vitória da Conquista”, respondeu ela.
Em poucos meses ela se tornou uma grande amiga, confidente. De repente eu me vi compartilhando com ela detalhes da minha vida que eu não dividia com mais ninguém. Quando dei por mim, escrevia textos sobre ela e pensava o tempo todo onde ela estaria e o que estaria fazendo. Eu frequentava baladas, ficava com outras pessoas, mas sempre contava a ela, como se lhe devesse explicações da minha conduta. De certa forma, ela fazia o mesmo. Ela, escorpiana, sentia ciúmes, mas procurava não demonstrar. Eu, canceriana, procurava sempre causar os ciúmes nela.
Declarações, promessas, sonhos, juras... tudo isso nós compartilhamos, tudo isso nós construímos... à distância. Ela, sem dúvida, era a garota perfeita para mim. A garota dos meus sonhos. Criamos um tipo de relacionamento aberto à distância. E, madrugadas adentro, fechamos os olhos, por diversas vezes, desejando que nossos corações encurtassem os longos quilômetros que nos separavam. Ela era minha flor predileta: Petúnia.
Eu sou a Tulipa amarela: a flor dos amores impossíveis.
Uma gota de lucidez caiu por sobre nossas cabeças e então fomos despertadas deste louco, porém lindo sonho: minha Petúnia por outro alguém se apaixonou. Alguém de carne e osso, para ela, alguém ao seu alcance, alguém que a merece mais que eu. Há três anos ela vive essa paixão. E, de certa forma, eu segui seu exemplo. Também me apaixonei por alguém de carne e osso, alguém mais perto de mim. E esse novo romance me fez entender que o que sinto pela Petúnia pode não ser paixão, como eu imaginava, mas um profundo sentimento de amor, em seu sentido mais fraternal: ela estará sempre em meu coração.